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A energia está presente em cada momento de nossas vidas, seja na luz elétrica, seja no combustível dos automóveis, ou de tantas formas. Estas muitas formas de energia também são extremamente relevantes para a indústria, e é por isso que pensar de forma consciente sobre o consumo de energia deve ser uma prática recorrente na rotina das indústrias. Dando seguimento à categoria de artigos do Blog Indústria Inteligente, confira agora este conteúdo técnico sobre ações de consumo eficiente de energia dentro do setor metalmecânico.

Conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda global por energia apresenta-se em franco crescimento. Observando-se o padrão de consumo energético brasileiro, no mês de fevereiro de 2019, houve um incremento de 4% no consumo total de energia elétrica em comparação com o mesmo período do ano de 2018.

Parte do incremento de consumo tem relação direta com a retomada da atividade industrial, que neste ano começa a recuperar as perdas dos anos anteriores. Porém, uma parcela significativa do aumento deste consumo tem relação com as mudanças dos hábitos dos brasileiros, que, desde 2010 vêm incrementando o consumo de energia em uma taxa descolada do crescimento populacional, resultando em um incremento de consumo de energia per capita (tonelada equivalente de petróleo por habitante – tep/hab), conforme apresentado na Figura 1. Estes dados levam a concluir que o consumo de energia tende a aumentar tanto pelo aumento da população, quanto pelos novos usos à que ela se destina, resultando em uma crescente necessidade de aumento na geração e conservação da energia.

Crescimento populacional e crescimento no consumo de energia per capita

Fonte: Matriz energética brasileira: uma prospectiva
Figura 1. Crescimento populacional e crescimento no consumo de energia per capita

No âmbito do uso eficiente da energia, segundo o plano decenal de expansão energética elaborado pela EPE, espera-se que, em 2027, o consumo de energia economizado por meio de ações em eficiência energética resulte em um montante de energia igual a soma da produção anual das usinas de Itaipu e Xingó, cerca de 41TWh. Também estima-se que a participação industrial no consumo de energia produzida no Brasil em 2027 corresponda a 47% do total.

Da energia consumida pelo setor industrial, observa-se que o grupo das indústrias energo-intensivas, como as empresas do setor metalmecânico, apresentam um consumo de cerca de 24% do total. Neste contexto, é imprescindível, tanto por uma questão de disponibilidade de recursos energéticos quanto pela competitividade destas indústrias, que sejam realizadas ações de redução ou eliminação do desperdício nos processos fabris.

Os ganhos em economia de energia para indústrias que nunca realizaram ações de eficiência energética são de aproximadamente 10%. Isso sem a necessidade de investimentos significativos, trabalhando com ações de manutenção e ajustes em máquinas e equipamentos, conforme histórico de trabalhos já realizados pelo Instituto Senai de Tecnologia em Petróleo Gás e Energia (IST PGE).

Cabe ressaltar que não apenas o consumo da energia elétrica é analisado e trabalhado quando se busca uma maior eficiência energética. Também devem ser exploradas ações e melhorias direcionadas para todas as máquinas e equipamentos que utilizam qualquer tipo de fonte de energia, assim como no modelo de contratação de energia pela empresa e nas possibilidades de migração das empresas para o mercado de energia livre, cogeração e geração por meio de energias alternativas.

Considerando os trabalhos realizados dentro do tema “eficiência energética” pelo IST PGE em empresas do setor metalmecânico localizadas no Vale dos Sinos, foi possível alcançar a economia anual de cerca de 771,61MWh de energia apenas por meio de ações de manutenção corretiva, tais como manutenção e ajustes de processos. Estas melhorias oportunizaram para as empresas uma redução nos valores de energia consumida (aproximadamente 80 mil reais por empresa ao ano) e também a diminuição da necessidade de geração desta energia economizada, minimizando, por consequência, o impacto ambiental resultante das atividades destas empresas.

É preciso ter em mente que a energia é um insumo fundamental para assegurar o desenvolvimento econômico e social de um país. Sendo assim, buscar a racionalização de seu uso é uma alternativa de baixo custo e de curto prazo de implantação para conquistar práticas mais sustentáveis de produção.

Em alguns casos, simples mudanças de procedimentos e de hábitos podem resultar em economias significativas. Uma empresa que deseja alcançar uma estrutura de custos racionalizada e tornar-se competitiva deverá sempre considerar em seu modelo de gestão a análise do desperdício de energia, utilizando-a de forma eficiente e responsável.

Terça-feira, 3 de Dezembro de 2019 - 18h18

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