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Dois projetos desenvolvidos por alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), integrante do Sistema FIERGS, conquistaram reconhecimento internacional na última semana. As iniciativas Cloth Wood e Smart Totem, que foram desenvolvidas no Senai São Leopoldo, receberam medalhas nas feiras Genius Olympiad 2025, nos Estados Unidos, e Infomatrix Iberoamericana 2025, no México, consolidando a presença do Senai-RS em eventos científicos de relevância global.

Representando o Brasil na Genius Olympiad, realizada no Rochester Institute of Technology (RIT), em Nova Iorque, o estudante Henrique Pisaroglo, do curso técnico de Automação Industrial no Senai São Leopoldo, conquistou a medalha de bronze na área de Ciências (Ciências, Qualidade e Meio Ambiente) com o projeto Cloth Wood. A proposta transforma resíduos têxteis, como náilon e poliéster, em uma nova matéria-prima com aplicações semelhantes à madeira, voltada para indústria de móveis, ferramentas e construção civil.

Já no México, o projeto Smart Totem, criado por Arthur Maycá da Silva, aluno do curso técnico de Internet das Coisas no Senai São Leopoldo, foi premiado com a medalha de prata na categoria Divulgação Científica na Infomatrix Iberoamericana, realizada em Guadalajara. A solução consiste em um equipamento de triagem autônoma capaz de otimizar o atendimento nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo uma triagem rápida e acessível por meio de sensores integrados e interface interativa.

CONHEÇA OS PROJETOS
Henrique Pisaroglo é o criador do projeto Cloth Wood, uma proposta que transforma resíduos têxteis em nova matéria-prima para a indústria, com aplicações semelhantes às da madeira. “O projeto utiliza tecidos descartados, compostos principalmente por materiais como náilon e poliéster. Esses resíduos são triturados e combinados com resina epóxi, gerando um compósito que pode ser usado na produção de peças como cabos de ferramentas ou até móveis”, explica Henrique. Segundo ele, o material apresenta resistência e versatilidade para diferentes aplicações e pode contribuir significativamente com o setor produtivo.

“O projeto pega tecidos descartados, compostos principalmente por materiais como náilon e poliéster, tritura esses resíduos e os combina com resina epóxi, obtendo uma matéria-prima que pode ser utilizada na construção de um produto final, como uma cadeira, por exemplo”, afirma Henrique. Segundo o aluno, o material criado apresenta resistência e versatilidade para diferentes usos e pode contribuir significativamente para a indústria.

A primeira aplicação prática foi o cabo de uma chave de fenda. Testes de impacto e compressão realizados no Instituto de Inovação em Metalmecânica demonstraram que o material é mais resistente do que a madeira tradicional e pode ser utilizado para usinagem, fresagem, furação e rosqueamento. “É uma forma de transformar um problema ambiental em solução industrial, com custo acessível e alta durabilidade”, explica Henrique. O jovem ressalta ainda que o compósito pode ser aplicado na fabricação de ferramentas, móveis e até em componentes da construção civil, ampliando as possibilidades de uso.

Essa é a segunda feira internacional do projeto em menos de três meses. Em março, o aluno participou do Festival Internacional de Engenharia, Ciência e Tecnologia (I-Fest²), na Tunísia, onde o projeto recebeu menção honrosa na categoria Meio Ambiente.

Já Arthur Maycá da Silva, 19 anos, desenvolveu o projeto Smart Totem, um equipamento de triagem autônoma projetado para agilizar o atendimento nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). “Falta mão de obra nas UPAs. O totem pode ajudar, oferecendo uma triagem rápida, eficiente e acessível”, afirma Arthur. Com sensores de temperatura, pressão arterial, batimentos cardíacos e oxigenação, além de uma tela interativa, o dispositivo realiza uma triagem automatizada, mede os sinais vitais e gera um relatório técnico com a classificação de prioridade do atendimento.

O custo estimado da solução varia entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil. “O mais caro é a tela, cujo preço varia conforme o tamanho e a resolução”, explica Arthur. Além da atual conquista, o projeto foi segundo lugar na Milset Brasil (categoria Saúde), terceiro lugar na avaliação técnica do Ficiências e quarto na Febrace.

A presença dos alunos nas feiras internacionais reforça o compromisso do Sistema FIERGS com a formação e retenção de talentos, o incentivo à inovação com propósito e a busca por soluções sustentáveis que conectam o presente e o futuro da indústria.

Publicado segunda-feira, 16 de Junho de 2025 - 16h16
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