EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES
Caroline Steigleder, responsável pela comunicação da TecRobot, conta que começou na robótica com robôs de Lego e acabou descobrindo sua aptidão para comunicação. “O que me motiva a continuar é essa oportunidade de me conectar e conversar com outras pessoas dentro do universo da robótica. Desenvolver essas competências me ajudou a pensar no futuro profissional, e hoje vejo a comunicação como uma opção de carreira”, relata.
A equipe do Sesi de São Leopoldo compete com o robô Donatello, inspirado nas Tartarugas Ninja. “Desenvolvemos o robô a partir de um modelo base da FIRST, mas fizemos adaptações para torná-lo único. Criamos peças em parceria com patrocinadores de impressão 3D e desenvolvemos uma garra planejada pela equipe para coletar bolas, que muitas equipes não têm. Esse é um diferencial”, explica Caroline.
Outra equipe participante é a Paratech, do Pará. A estudante Renée Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo conta que esta é a primeira vez que viaja para um torneio Off-Season e também para o Rio Grande do Sul. “O clima, a cultura e a comida são diferentes, e isso está sendo incrível. Estamos animados e orgulhosos de trazer nosso trabalho até aqui. A experiência tem sido única, e seguimos com garra, persistência e união, que representam a Paratech”, afirma.
Renée também destaca que a robótica despertou seu interesse por engenharia. “Mesmo sem conhecer esse universo, participei da equipe de robótica e comecei com Lego. Foi daí que nasceu a paixão por criar, inovar e desenvolver projetos, descobrindo a vontade de seguir engenharia”, conta.
O mentor da Paratech e professor do Sesi Pará, Antonio Roniel Marques de Sousa, ressalta as habilidades desenvolvidas: “Os alunos trabalham com matemática, informática, tecnologia, oratória, linguística, engenharia mecânica e elétrica, programação, CAD e integração do robô com software. Também desenvolvem competências em comunicação, mídia e divulgação, gerenciando canais como YouTube e Instagram”.
COMO FUNCIONA O TORNEIO
Segundo o juiz-chefe de avaliação do torneio Silas dos Santos Vergílio a arbitragem é dividida em funções específicas: “Na Arena, os juízes pontuam e garantem que os pontos sejam registrados corretamente. Os juízes de penalidades verificam infrações, e os juízes de pits, pelos quais sou responsável, avaliam aspectos técnicos dos robôs, processos de desenvolvimento, impacto social e organização das equipes, critérios para os prêmios”.
Na prática, as equipes criam robôs para jogar um jogo que muda a cada ano. Além da pontuação, os juízes avaliam autonomia, planejamento, impacto social e colaboração entre equipes, seguindo os valores da FIRST. Cada partida é disputada por duas alianças — vermelha e azul — compostas por três equipes sorteadas, garantindo que todos joguem com e contra diferentes parceiros.
Na temporada de 2025, os robôs manipulam dois elementos: a “alga”, uma bola verde, e um tubo especial. Cada partida dura 2 minutos e 15 segundos, começando com 15 segundos de modo autônomo, seguido pelo modo teleoperado, e encerrando com 30 segundos decisivos com interações específicas. Após a partida, pontos, faltas e conquistas são contabilizados, determinando o ranking e quem avança na competição.
“O FRC Off-Season é especial porque funciona como um laboratório para as equipes. Há menos prêmios e algumas categorias adaptadas, mas permite experimentar novos designs, treinar estudantes novos e se preparar para a próxima temporada”, afirma Vergílio.
Além da competição, o maior prêmio do torneio é concedido à equipe que gera maior impacto sustentável, com evidências apresentadas aos juízes, reforçando o compromisso com inovação, colaboração e aprendizado prático.





